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sexta-feira, 30 de julho de 2010

"Design Assistivo"

A deficiência física é um mal que atinge milhares de pessoas ao redor do mundo. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), apenas no Brasil existem mais de 24,6 milhões de pessoas portadoras de algum tipo de deficiência, seja ela auditiva, visual ou que afete outra função do nosso corpo.

Porém, em alguns casos, doenças ou acidentes podem causar deficiências que prejudiquem aspectos motores voluntários, como movimento de braços, pernas, mãos...
E, ao perder esses movimentos, atividades cotidianas como falar ou piscar também se tornam impossíveis, uma vez que pupilas e boca/língua também estão comprometidas.

Eis que surge o design assistivo que, num caso desses, tem o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas por tal mal. Infelizmente, por limitações médicas e tecnológicas, a cura para essas doenças pode ser inexistente; o que configura o trabalho do designer em melhorar o - muitas vezes pouco - tempo de vida que esta ao paciente, trazendo um relativo conforto maior, e uma dose de dignidade ao usuário.

Hoje, analisaremos um conceito bastante interessante, do designer Wonkook Lee, o I-Mos.

A ideia é bastante interessante. Projetado exatamente para casos como esses, em que o paciente não pode mais se comunicar (seja gestual ou oralmente) com o cuidador/parente; ou seja, um cenário bastante complicado, o I-Mos consiste num óculos que interpreta o movimento dos globos oculares, e os converte em comandos que, por sua vez, são usados para realizar uma espécie de digitação, que depois é pronunciada pelos óculos.


A maneira como ele funciona é muito legal também, como você vê na imagem acima. Usando de sequências pré determinadas, o paciente move seus olhos para a esquerda (ponto ".") e direita ("-") para digitar determinadas letras. Um exemplo prático é a letra D, ativada pela sequência - + . + . na digitação.
Ao digitar uma letra, um leque de palavras aparece para serem selecionadas, em um menu vertical que consta com um scroll up/down também ativado pelo movimento das pupilas, porém dessa vezes para cima e para baixo.
Caso a palavra não esteja contida no menu, a digitação pode prosseguir sem problema. Após terminada, basta piscar duas vezes para inseri-la numa frase e, após digitar toda a frase, piscar novamente duas vezes para que o aparelho pronuncie para o cuidador, facilitando bastante a comunicação.



Realmente algo que pode ajudar e muito àqueles que necessitam. Um dos problemas que podem ser enfrentados para a concepção desse projeto seria o peso do I-Mos, que deve ser muito leve para que possa ser praticável...

Por falar nisso, o projeto do I-Mos lembra bastante a pesquisa realizada pelo professor Julio Freitas na UNIFESP. Veja no link: http://www.odicon.com/pesquisa

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