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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Há 175 anos...

A informação é algo de extrema importância. Sem ela, o conhecimento é limitado às experiências, configurando uma situação, no mínimo, prejudicial. E, por estarmos acostumados com uma imprensa ativa e variada - e com um mundo de notícias on-line -, podemos facilmente estranhar que, há alguns anos, o jornal poderia mover montanhas e convencer seus leitores de bizarrices tremendas.



Para nós, é realmente de se assustar que, há exatos 175 anos, a lua fosse habitada por unicórnios, castores, humanóides com azas de morcego e tudo mais. Bom, pelo menos isso era o que o povo pensava. A grande "piada" foi divulgada para muitas pessoas por um jornal bastante respeitado, principalmente na época, chamado New York Sun. Na matéria, foi apresentado a diversos leitores que um famoso astrônomo da época, em pesquisas realizadas na América do Sul, teria descoberto - com a ajuda de observações por um inovador telescópio - a tal vida na Lua.

As pesquisas em nossas terras eram reais, mas nada aqui foi de fato encontrado.


E, toda essa "brincadeira" resultou em milhares e milhares de pessoas imaginando cavalos alados de chifres prateados brincando nas crateras (feitas de queijo, claro) da lua.


A história foi, depois de algum tempo, revelada ao mundo... e quem liga? A besteira já estava feita...


Mas você, que deve estar imaginando o quão estúpida era a população da época, deve ficar atento a dois pontos importantes.

Começamos pela parte mais gentil da coisa, citando que, na época, o jornal era uma das únicas maneiras por onde a notícia chegava íntegra às mentes dos usuários. Vale lembrar que, há dois séculos, não existia rede 3G, Jornal Nacional nem nada parecido.


Porém, quando chegamos em nossa parte mais grosseira, percebemos que o problema deles era também sua salvação. Enquanto que antigamente a informação era monopolizada, hoje ela é extremamente duvidosa. Por quê? Pois existem MUITAS fontes desta espalhadas pelo mundo Web, e, várias vezes, notícias são (literalmente) criadas para servirem como grandes piadas.


Não precisamos ir muito longe. Mesmo que facilmente refutável, a história do Cala Boca Galvão, do Twitter verde e amarelo, conseguiu convencer inúmeros estrangeiros e imprensas internacionais a noticiar o ocorrido - o combate à extinção dos pássaros "Galvão".

Num caso como esses, a mentirinha foi logo descoberta... porém, todos nós um dia já acreditamos em algo que, "de fato, não era fato". E, certamente, nem percebemos.


Podem ser números alterados; podem ser nomes sabotados; podem ser falsas acusações oriundas de uma imprensa doméstica completamente parcial - o blog. Seja o que for, estamos à deriva de informações distorcidas, como num enorme telefone sem fio. E, por isso, nos tornamos igualmente - ou até mais - maleáveis e sugestionáveis que aqueles que acreditaram na tal vida na Lua.


É importante ressaltar que a informação não é conhecimento! A notícia é facilmente alterável, o que gera em nós uma ilusão de sabedoria extremamente falsa. E, no mundo em que vivemos, é essencial ter discernimento para perceber quando "algo está errado", independente da fonte. Com um infinito de informações abertas para todos nós, o perigo é ainda pior, e as consequências são, por sua vez, mais desgastantes e prejudiciais.


Bem dizia o ditado: "Quanto maior a altura, maior a queda."


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Via Gizmodo






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