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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Triste, apenas isso.

A China, além de ter a economia que mais cresce no mundo, é caracterizada por uma mão-de-obra extremamente barata, não qualificada, e também bastante abundante. Essa é a razão de termos vários aparelhos com o famoso "Made in China"; para as empresas, é muito mais barato realizar a produção usando de mão-de-obra chinesa, e, posteriormente, exporta-lo para o local desejado, do que utilizar dos serviços das fábricas locais para a produção.
Essa prática se estende por diversas áreas do mercado, e a tecnologia também se enquadra aí. Juntamente de Taiwan e Vietnã, a China é uma das maiores fabricantes de gadgets, eletro-eletrônicos, e por aí vai.

Dentre essas fábricas asiáticas, existe uma que se destaca no panorama tecnológico em que vivemos. O triste da história é que ela não se destaca por boas coisas - mas por ruins. Sim, estamos falando da Foxconn.

A Foxconn é uma empresa de caráter relativamente comum na China... muitas empresas fazem a mesma coisa que ela por lá. A fábrica tem clientes de nome bastante interessante: Sony, Dell, Nokia, HP e Apple são bons exemplos. Todos eles herança do serviço de alta qualidade por parte da mesma.
O grande X da questão é que, desde o início desse ano, os funcionários da empresa vem se suicidando! Isso mesmo, e da forma mais inusitada o possível... os trabalhadores estão se jogando de cima do prédio das fábricas. Assustador.
O mais triste é que podemos realmente generalizar bastante a situação dos trabalhadores da Foxconn. Os suicídios já alcançaram o pavoroso número de 16 acontecimentos, e nada indica que estes irão acabar.

As tentativas de contenção desses ocorridos já foram várias, desde aumentos de salário até redes protetoras, para evitar a queda, nos arredores dos prédios. O resultado disso? Nenhum! A rede, infelizmente, acabou se tornando a causa da morte do último suicídio - morte por ferimentos na queda sobre a rede. Os aumentos de salário também foram completamente insuficientes para cortar o sentimento de revolta dos trabalhadores chineses.

Foi então que, nessa última semana, a fábrica realizou um comício em seu pólo industrial, na cidade de Shenzen, que emprega 300mil trabalhadores - e onde aconteceu o maior número de suicídios - numa festa em prol da "vida".



Uma tentativa nefasta de trazer "alegria" para as vidas dos trabalhadores.
Nada nem ninguém vai conseguir concertar essa bagunça, enquanto a Faxconn não deixar de tratar seus funcionários como lixo. E, aqui, me refiro a todas as empresas asiáticas; episódios como esse vão acontecer com cada vez mais frequência, se negligenciadas as reais necessidades de um ser humano, seja qual for a categoria em que eles se enquadrem. Aumentos, como patrocinados pela Foxconn, de 66% não são NADA, se cobservarmos o valor rídiculo a qual essa porcentagem é aplicada. E, não serão redes, não serão seguranças, nem corte na pensão pós-morte que se tornarão um impedimento para aqueles que sofrem, o que resulta no fato de trabalhador continuar a expressar-se da maneira mais intensa possível - cometendo suicídio.

Uma situação lamentável! Uma realidade muito triste, que poderia muito bem ser impedida. Enquanto isso, pólos industriais como o da Foxconn continuam tratando os seus funcionários como "nada", proporcionando o famoso "pão e circo" para "fechar a matacra" daqueles que ainda restam.

Desejo, intensamente, que um dia essa situação se reverta. E desejo, também, que aquilo que chamamos de "Lei dos Direitos Humanos" um dia deixe de ser apenas conversa, e passe a realmente ser aplicada.

Poxa vida!!!!

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